Anais do Encontro Regional Nordeste da ABRAPSO
VOL. VII, 2021
PSICOLOGIA SOCIAL & LUTA ANTIRRACISTA: REFLEXÕES E ESTRATÉGIAS ÉTICO-POLÍTICAS A PARTIR DA INTERSECCIONALIDADE
ISSN 2965-226X
PSICOLOGIA SOCIAL & LUTA ANTIRRACISTA: REFLEXÕES E ESTRATÉGIAS ÉTICO-POLÍTICAS A PARTIR DA INTERSECCIONALIDADE
ISSN 2965-226X
Madelena Rodrigues Limeira, Renata Maria Santos Oliveira, Leyla Lemos Pereira
Resumo: O presente estudo intitulado Adolescência disruptiva: Uma análise fílmica para o cometimento de atos infracionais formulado em 2021, tratou-se de identificar e trazer a pauta o diálogo sobre quais as implicações e repressões do abandono social no fenômeno de invisibilidade de adolescentes que se encontram em conflito com a lei. Tendo em vista a importância de compreender as motivações dos atos infracionais cometidos pelos adolescentes, exploramos os fatores de risco que influem nesse sujeito. Contudo, foi observado ao decorrer da análise fílmica a ineficácia na aplicação de atividades, que nutrem papel importante para a reeducação e ressocialização desse sujeito, sendo assim, essa falta intensifica as vulnerabilidades enfrentadas pelo adolescente. O presente estudo também evidenciou uma ineficácia na aplicação de políticas públicas que garantem o bem estar biopsicossocial do autor de atos infracionais. É notório um descaso multifatorial que repercute nas diversas esferas que constituem o ser adolescente em conflito com a lei, se caracterizando pela presença de fatores de risco sociais e intra-familiares, tais como violência, uso de substâncias psicoativas, evasão escolar, gravidez na adolescência, ambiente familiar desestruturado, vulnerabilidade social, entre outros. Através dos resultados obtidos, foi observado que há múltiplas motivações para o ato infracional, contudo nenhum desses fatores por si só são suficientes para a ação de delinquência juvenil. Entre os fatores de risco observados no estudo, há o contexto familiar vulnerável, onde existe a presença de violência doméstica, e ausência de rede de apoio, o que impossibilita que as vítimas, a partir do suporte externo, construam novas perspectivas e desenvolvam padrões comportamentais fora do nicho de agressividade. Para a construção da análise desse estudo, utilizou-se como instrumento o documentário O Juízo (2007), dirigido pela cineasta brasileira Maria Augusta Ramo. A película expõe em suas cenas a realidade de adolescentes no sistema de ressocialização no Brasil. O documentário busca, então, contar uma parte da história de sete adolescentes das favelas do Rio de Janeiro, que entraram em conflito com a lei e estão em processo de ressocialização. Além disso, é representado como se encontra a estrutura física e a equipe multidisciplinar da instituição em que eles estão inseridos, assim como sobre as o decorrer do dia dos adolescentes dentro doa sistemas e suas relações familiares. A escolha do documentário acima referido para análise fílmica se deu diante do suporte do mundo real na produção cenográfica das situações retratadas na película, assim como a impossibilidade das pesquisadoras adentrarem nas instituições de ressocialização, devido o contexto pandêmico relacionado ao Covid 19. Na película, os adolescentes encontravam-se numa realidade de pobreza, essa miséria social retrata negligência do Estado em cumprir o seu papel social, não disponibilizando aos cidadãos meios para alcançar o necessário referente a qualidade de vida. Diante da realidade de pobreza, as adolescentes que são mães, justificam a necessidade de cometer o ato infracional, para suprir a alimentação dos filhos. A autora do documentário aborda também a dificuldade encontrada por essa população em encontrar um emprego formal, que arque com as necessidades básicas. Por fim, a oportunidade de estudo, possibilitou um novo olhar a uma temática tão importante e pouco trabalhada no meio acadêmico, além de visualizar a importância de empoderar esse individuo, o colocando como protagonista da sua história.
Palavras-chave: Adolescência; ato infracional; fator de risco