Resumo: O VIESES: Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violências, Exclusão Social e Subjetivação nasceu em 2015 e, desde então, abriga projetos e ações de pesquisa, ensino e extensão. Está ligado ao Departamento de Psicologia e ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Na condição de programa de extensão, vem promovendo ações de médio e longo prazo em torno dos aspectos psicossociais implicados e decorrentes das diversas expressões da violência e da exclusão social, com vistas primordialmente à produção de intercessões entre a universidade e outros agentes sociais em diferentes contextos para responder a demandas sociais prementes. Assim, suas atividades incidem a um só tempo na qualificação de processos formativos voltados à produção de conhecimento crítico e em práticas micropolíticas de produção de resistência e criação no cotidiano da cidade de Fortaleza em torno das problemáticas da violência e das tramas de exclusão social, em suas diversas expressões e contextos, com destaque para suas implicações nos modos de subjetivação, sobretudo de segmentos infantojuvenis, de seus familiares e de profissionais que atuam com esses públicos. O VIESES-UFC apresenta caráter transdisciplinar, estabelecendo interlocuções com a Psicologia Social a partir de seus diálogos tanto com estudos pós estruturalistas quanto com referências pós-coloniais, decoloniais e interseccionais, além de produções de afins em torno dos estudos da violência e das práticas de poder, dominação, resistência na contemporaneidade e modos de subjetivação. Não obstante a ligação ao Departamento de Psicologia da UFC, as atividades do VIESES-UFC também contam com parceria com ações de outras unidades acadêmicas, a partir da transversalização de temas tais como Direitos Humanos, Saúde, Assistência Social, Educação e Justiça. O VIESES-UFC se propõe a operar como dispositivo de problematização dos modos de subjetivação contemporâneos em suas conexões com: (1) expressões de violência, relações de poder e dominação que se inscrevem no cotidiano das práticas sociais, ressaltando as continuidades históricas e a atualização desses processos, sobretudo no tocante a segmentos infantojuvenis; (2) Políticas públicas, direitos humanos e práticas institucionais em campos diversos, tais como saúde, assistência social, justiça e educação; (3) práticas de captura e resistência no âmbito dos movimentos sociais voltados ao enfrentamento das diversas expressões da violência; (4) micropolíticas de pesquisa-inter(in)venção em Psicologia em contextos de violência e desigualdade social. Realizou, entre 2015 e 2020, uma pesquisa-rizoma sobre juventude e violência urbana na cidade de Fortaleza, capital brasileira que apresenta o maior índice de homicídios na adolescência. Em 2018, realizou também inúmeras atividades formativas enfocando questões envolvendo violência, exclusão social, direitos humanos, políticas públicas, modos de subjetivação e configurações ético-políticas da contemporaneidade. Como desdobramento de suas atividades de pesquisa, de 2015 a 2019, realizou quatro projetos de extensão em contextos urbanos periféricos com elevados índices de violência e desigualdade social, em três regiões da Cidade de Fortaleza (Vicente Pinzon/Serviluz/Titanzinho, Jangurussu, Grande Bom Jardim, Mondubim e Conjunto Ceará), a partir de diversas parcerias, tanto com políticas públicas, quanto movimentos sociais e organizações da sociedade civil, o que mostra a abrangência do impacto social das ações, colocando a universidade em conexão com demandas, desafios e potencialidades da cidade. Em 2020 e 2021, em razão da pandemia, vem atuando sobretudo de modo remoto, realizando 3 podcasts, lives, mesas virtuais, grupos de estudos virtuais, grupos virtuais de apoio psicossocial a grupos em situação de violência e desigualdade em contexto de pandemia, atuação com crianças e a partir da pauta da infância, ações com bibliotecas comunitárias, ações de mobilização e articulação social no Grande Bom Jardim, como o Fórum de Escolas do Grande Bom Jardim, Rede Desenvolvimento Local e Sustentabilidade (Rede DLIS). Compondo o tripé universitário, em 2021, foi iniciada a pesquisa-rizoma Aspectos Psicossociais da Violência e Práticas de Re-existência Juvenis em Periferias de Fortaleza-CE, que abriga 15 sub-investigações atreladas àquela pesquisa geral; 3 projetos de apoio e incentivo à permanência de estudantes em condição de vulnerabilização social na universidade, voltados ao fomento de processos formativos em Psicologia; 2 projetos de extensão articulados às pesquisas do VIESES (Histórias Desmedidas e Maquinarias: infâncias em invenção), amalgamados pela tematização da violência, dos modos de subjetivação infantojuvenis, direcionando-se a segmentos infantojuvenis e seus familiares, bem como profissionais que atuam com tais segmentos. Além dos 2 projetos de extensão, outras ações extensionistas vêm sendo desenvolvidas, tais como cursos de extensão e ações de incidência técnico-acadêmica em diferentes espaços institucionais voltados às temáticas da violência, exclusão social e modos de subjetivação contemporâneos.

Palavras-chave: Psicologia Social; Juventudes; Direitos Humanos